A Psicologia e o engano empresarial

Como se enganam instituições e empresas que ignoram o capital humano que conquistaram. Na verdade, um enorme paradoxo: querer bons profissionais no seu quadro de pessoal, mas depois não gerir os potenciais, ou ainda pior, nem sequer ouvi-los. É como dizer o óbvio: algo de errado não está certo!

Gestores inseguros se protegem, formam uma redoma, cercam-se de colaboradores potencialmente medianos, para assim, supostamente “assegurar” seu espaço, “protegidos” por uma gestão autocrática. Há também os que atacam para não serem descobertos nas suas falhas, a crítica permanente encobre um fantasma interno, uma ilusão de (in)completude.

Seres humanos são complementares na sua interação, se ampliam no contato pleno com o outro ser humano. Uma cultura empresarial saudável integra equipes e trabalha na dinâmica colaborativa, abrindo espaço para a multiplicidade de talentos e potencializando ganhos, estimulando o processo de crescimento profissional e propiciando o desenvolvimento de liderança nas pessoas.

E a Psicologia? Esta bela Ciência tem muitas histórias, uma delas é seu início em chão de fábrica, a partir de Wilhelm Wundt, com a publicação do livro Psychology on Industrial efficiency, em 1913. Ele defendia a utilização da psicologia em situações práticas, a ponto de ser chamado  fundador da psicologia aplicada nos EUA e na Europa. Estamos a um pouco mais de um século deste início, muitos avanços e ainda muitas empresas desconhecem ou se esquivam do poder de transformação da Psicologia na Gestão de Pessoas.

Engana-se quem acredita na inovação tecnológica negligenciando seus construtores, operadores e clientes. Quanto mais o fator humano é desconsiderado em detrimento de sistemas gananciosos, mais doente a sociedade fica. O marketing faz a sua parte, cria a imagem social garantidora de lucro, que encobre estruturas internas frágeis psicologicamente. Grandes castelos de areia que adoecem o capital humano saudável pela desvalorização ou relações abusivas. Geram sofrimento, quando poderiam gerar vida criativa, colaborativa e construtiva de ambientes saudáveis para se trabalhar e produzir.

Engana-se quem não se responsabiliza em oferecer ambientes saudáveis profissionais. Engana-se quem se esconde atrás de metas sem ser humano, sem o contato que potencializa e expande o potencial de outro humano.

O lucro pode flui melhor quando não é fruto de competição vazia e assédios encobertos. O bom e necessário lucro pode ser sinônimo de abundância, ele vem do capital humano comprometido e valorizado para então, atrair e produzir a saudável energia monetária. Sobre isso a boa Psicologia Humanista tem vasta experiencia e muito a contribuir!

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